top of page

Crítica-Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica – Um filme mediano da Pixar, com uma mensagem poderosa.

  • Autor
  • 9 de mar. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 22 de abr. de 2020

NOTA: 8,0

ree

Durante toda a minha infância eu tinha certo problema em me expressar e fazer as coisas que eu tinha vontade. Uma parte pelo medo do que as pessoas iam achar e a outra pelas dificuldades em realizar tais atos e, justamente por causa disso, por muitos anos fiquei “acomodado”, e quando o ser humano fica desse jeito, a sua criatividade e personalidade somem e é exatamente isso que a animação “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica”, vai abordar.


ree
Sim, os Unicórnios são ratos nesse mundo

O filme conta a história de um mundo cheio de criaturas mitológicas que vivem sem magia, pois perceberam que dava um trabalho enorme para realiza-la e então, se renderam a tecnologia e modernidade. Nesse lugar vivem dois irmãos: Elfos, Ian e Barley, que não têm lembranças do pai, pois ele morreu quando os três ainda eram pequenos, porém, este deixou um feitiço que permite trazê-lo de volta por um dia, mas é necessário um item mágico para isso.


ree
Os diretores Dan Scanlon e Kori Rae

Eu já me interessei pelo filme devido a sua temática fora do comum. Como assim um mundo mágico onde as pessoas não usam magia?? O diretor Dan Scalon responde essa pergunta no primeiro minuto do longa. Não é que magia tenha sumido, ela continua lá, mas as pessoas não querem mais usá-la por conta do esforço necessário então, todos se renderam ao conforto, pois para eles não havia necessidade de explorar, uma vez que já tinham tudo o que era preciso.


ree
Barley é aquele seu amigo loucasso, mas de bom coração

Justamente para servir com o papel de questionador surge, Barley, o elfo, que é apaixonado pela história antiga do mundo e acredita fielmente na magia, chegando a defender ruinas e estatuas antigas. Seu jeito destemido e audacioso nos rende ótimos questionamentos como exemplo: Por que as fadas precisam de motos, se têm asas? Por que um centauro precisa de um carro se eles correm mais rápido que qualquer um? O personagem se torna praticamente o nosso guia desse mundo, falando sobre as suas particularidades.


ree
Esse momento pesa muito para quem perdeu um ente querido recentemente

O oposto disso é Ian, quieto, envergonhado e sempre com medo. Você percebe os seus problemas quando quer se expressar e vê no pai uma figura para se espalhar, se apegando a cada resquício dele, seja o moletom da faculdade ou a fita cassete contendo a única memória de voz que ainda existe dele, enquanto conversando com ela, para assim conseguir ter um “diálogo” digno com o pai e expressar o que sente (essa parte é tocante).


ree
A duplicidade desses dois é ótima para a história

A direção de Dan Scanlon é ótima no sentido de ritmo, uma vez que você sente a urgência e o perigo da história. Eles precisam conseguir esse item o mais rápido possível (o relógio marcando o tempo foi ótima sacada). Outro ponto positivo foi a relação entre os personagens principais: você consegue notar as diferenças entre os irmãos e ao longo da jornada, é perceptível o motivo de serem assim. Barley não é impulsivo atoa. Ele carrega uma cicatriz emocional junto dele enquanto Ian, é inseguro por vários motivos e é justamente a junção dessas duas pessoas tão diferentes que surgem os momentos mais tocantes do filme. O único ponto negativo que eu posso falar, é que o diretor não explora muito o mundo que criou, apenas se preocupando em fazer piadas inteligentes sobre ele.


ree
Duas personagens femininas fortes e maravilhosas

Eu também achei ótimo que as personagens femininas do filme (a mãe e a Manticora) não foram jogadas para escanteio. Elas têm seu próprio espaço que é fundamental para o andamento da história. Você consegue ver que a mãe se importa com cada um dos filhos e que apesar de ter um novo amor, sente a falta de seu antigo namorado, o que a leva a entender a dor dos meninos. Já a Manticora é alguém que finalmente, depois de anos de “dormência”, volta ao seu estado natural. Elas formam uma ótima dupla, além de ter uma das cenas mais fodas do filme.


ree
Esse cast é maravilhoso de tantas maneiras

Sobre o trabalho de dublagem, tanto a brasileira quanto a original, foi excelente. A Disney optou por não chamar nenhum famoso ou influencer para esse filme em português, se mantendo aos dubladores oficiais de Chris Pratt e Tom Holland. Já no Original, Pratt e Holland, faze um belíssimo trabalho em construir a dualidade desses dois personagens: o primeiro traz uma voz confiante e segura enquanto o segundo traz a insegurança e o medo que o personagem necessita. Outra dupla que fazum belíssimo trabalho é Julia Louis Dreyfus e Octavia Spencer.


ree

Eu sou meio suspeito em falar da Pixar, pois é a minha produtora de animação favorita, porém devo dizer que esse filme é muito emocionante. Com certeza não é o melhor feito pelo estúdio (o que é não é ruim), mas a sua mensagem é bastante forte. O recado final é de que há vezes em que na vida, nós precisamos arriscar e fazer o que nos dá vontade de viver, sem ter medo do que os outros vão pensar, pois se formos levar em conta cada opinião, não estaremos vivendo em nosso proposito e sim o deles.


PS: Levem lenços


Autor: Marcos Paulo Albuquerque

Revisão: Tatiane Raquel

Comentários


    bottom of page