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Crítica-THE MIDNIGHT GOSPEL- UM ESPAÇOCAST SOBRE A HUMANIDADE

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  • 22 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

NOTA 9.5

Uma mídia que vem tomando bastante relevância esses anos foi o Podcast, um produto sonoro que pode ter diversos formatos e temas. Para mim, o podcast é uma experiência, uma vez que você se senta não só para ouvir, mas também para “vivenciar” aquela conversa junto de pessoas que não estão do seu lado. Porém, mesmo assim, existe quem não goste do formato, pois está muito ligado a questão visual, mas eis que surge o “The Midnight Gospel” uma série animada que consegue fundir esses 2 mundos de maneira brilhante.


Minha mente depois de cada episódio

A série é baseada no podcast do comediante Duncan Trussell “The Duncan Trussell Family Hour” e segue Clancy, um locutor de um podcast interdimensional que usa seu simulador de universos para viajar entre dimensões e entrevistar pessoas sobre os mais diversos temas: Indo de drogas até meditação.


Esse é um dos quadros mais normais da série, para você ver o nível

Para começar, os visuais da série são incríveis e isso se deve ao trabalho de Pendleton Ward, um dos criadores de Hora de Aventura. Se você acha que aquele desenho era surtado, acredite: esse aqui quebra muito mais a barreira do “No-sense”. A cada episódio somos apresentados a esses mundos malucos e psicodélicos, que não só norteiam as conversas, mas também dão uma profundidade maior a elas, como por exemplo na conversa sobre mortalidade com a própria morte ou um diálogo sobre drogas em meio a um apocalipse zumbi.


Um papo sobre a morte com a morte, sakou ? aff! tenho que parar com esses trocadilhos.

Os diálogos são também outro ponto incrível. Eles conseguem encaixar conversas profundas nesses mundos malucos e nenhuma delas parecem soltas ou vazias. Cada uma das conversas tem o seu propósito e ver os convidados interpretando esses personagens estranhos, é igualmente engraçado, até na parte em que eles fogem do roteiro, não há uma fuga propriamente dita do tom. É simplesmente normal.


Clancy na sua tentativa de salvar a flor morta, por meio da música

Duncan Trussell incorpora Clancy com muito louvor. Você acredita que ele é uma pessoa perdida que quer evitar o mundo real e por essa razão, acaba embarcando nessas viagens, não ligando para absolutamente nada, nem mesmo para a manutenção do próprio equipamento, mas ainda assim, ele tem uma habilidade única de ouvir outros. A sua evolução durante a temporada é bastante real, pois não é feita do nada. São diversos pontos que são deixados ao longo do caminho e que o levam a esse crescimento.


Essa conversa me fez repensar tanta coisa

O episódio que mais me tocou foi o “Como eu Nasci” (Mouse of Silver), no qual Duncan (não é Clancy), embarca em uma conversa com sua mãe (diagnosticada com câncer terminal e que morreu em 2013) sobre o ciclo da vida, maternidade e morte. Você percebe que nesse episódio Duncan foge da proposta da série para criar essa conversa maravilhosa e profunda. É quase como se o sentíssemos vivenciar todo aquele ciclo, com medo de deixá-la ir embora, Não tem como não se emocionar vendo esse diálogo.


Por fim, The Midnight Gospel é uma experiência única e singular, não só conseguindo fundir dois formatos, mas dando uma profundidade maior ao seu produto original, criando diálogos necessários que todo ser humano deveria ter.


Texto: Marcos Paulo

Revisão: Tatiane Raquel

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