Crítica- High Fidelity- Uma Jornada Musical de Autodescoberta e Relacionamentos
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- 20 de abr. de 2020
- 3 min de leitura

NOTA: 8,0
Os ingredientes para fazer uma boa série são iguais aos passos que a protagonista indica para fazer uma playlist: Tem que ter entretenimento, contar uma história, não pode ser muito obvio, mas também não pode ser obscuro demais. Mas veja como High Fidelity consegue atingir todos esses pontos.

Adaptado do livro Nick Hornby e do filme de 2000, a série segue Robyn, uma moradora do Brooklyn que é dona de uma loja de discos e que junto dos seus amigos, faz top 5 de tudo: melhores bandas, músicas e até términos mais dolorosos e é justamente nessa parte que a série fica interessante. No decorrer dos episódios nós a vemos navegar entre essas memórias de antigos relacionamentos, procurando o que fez de errado ou tendo noção do que fez, mas somente querendo encontrar uma razão para ficar em paz.

A direção ajuda a contar essa história. Existe muita quebra de quarta parede e uso de flashbacks (o que eu geralmente odeio), mas aqui esse artifício combina, pois nós estamos acompanhando a vida amorosa dessa personagem e quem melhor para conta-la do que ela própria? Aliás o recurso de falar com audiência aqui, não é usado para efeitos de "Olha tal coisa" ou "Ele vai fazer isso" , é mas no sentido de colocar mais detalhes a história

A trilha sonora é um dos pontos altos da série e não tem motivos para não ser. Rob é uma alucinada por músicas, tanto no sentido de letras quanto no próprio estilo de vida. As discussões que ela traz sobre “Como fazer uma playlist é uma arte”, e “A importância de casais terem gostos parecidos” e “ O papel que as canções têm em seus relacionamentos" nos dar uma profundidade incrível para a personagem. Além de nós apresentar clássicos de artistas como: Paul Mc Cartney, Prince, David Bowie, Stevie Wonder, Blondie... (essa banda rende uma das melhores cenas da série) e outros clássicos.

Sobre atuações, Zoe Kravitz é a que mais se destaca no seriado. Ela consegue pegar esse personagem que era insuportável na versão anterior( No caso o filme) e torna-lo humano e real, sendo que é fácil você se conectar com a Rob, pois com certeza você já tomou atitudes que se arrependeu ou esteve (talvez ainda esteja) perdido na vida, sendo assim quando a personagem toma tais atitudes questionáveis você não a reprova, apenas pensa”Putz! Já estive nessa situação amiga e sinto sua dor”. Os coadjuvantes não deixam a desejar. Simon e Cherise, ambos são engraçados, simpáticos e têm arcos que são relevantes para a toda a história e além disso, sem eles, 90% das discussões da série sobre música perderiam a força.

Sobre os interesses amorosos da Robbie, apenas dois me interessaram: Mac e Clyde. O primeiro por ser uma grande história de amor da personagem e o segundo pela química que os dois tinham apesar das inúmeras diferenças. O interessante dessa parte é ver como cada um dos top 5 de relacionamentos da Rob, afetou ela emocionalmente e ao mesmo tempo ajudaram ela a crescer.

Por fim, High Fidelity é uma ótima adaptação e remake de um clássico, mostrando que novos olhares para obras antigas, podem ser uma boa ideia, contanto que você tenha uma história interessante para contar e personagens que sejam carismáticos e reais.
Segue abaixo a playlist maravilhosa da série:
Texto: Marcos Paulo
Revisão: Tatiane Raquel
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